O popular jogo sul-coreano MapleStory esteve no centro de uma polêmica que reflete as tensões em torno do feminismo no país. Recentemente, Darim (nome fictício), uma animadora de um estúdio responsável pelo redesign de um personagem do jogo, tornou-se alvo de uma campanha online. O motivo? Uma suposta “ofensa” em um trailer, onde a personagem faz um gesto de mão que foi interpretado por gamers como uma referência feminista depreciativa. O caso desencadeou uma onda de ameaças de morte e estupro, levando à retirada do vídeo pela desenvolvedora Nexon.
Esses ataques fazem parte de uma crescente reação antifeminista na Coreia do Sul, onde feministas são frequentemente taxadas de “misândricas”. Movimentos liderados por jovens homens têm como alvo mulheres em diversas profissões, incluindo a indústria de jogos. Eles buscam sinais de feminismo em publicações online ou gestos, usando esses elementos como justificativa para perseguições. Essa intolerância reflete um contexto social mais amplo, onde a desigualdade de gênero permanece significativa, com a Coreia do Sul liderando o ranking do maior gap salarial entre gêneros da OCDE.
A hostilidade está pressionando empresas a cederem às demandas desses grupos. Mesmo gestos comuns de personagens, como o pinçamento de dedos, têm sido evitados em projetos para evitar boicotes e prejuízos financeiros. Apesar de iniciativas de apoio, como a de Minsung Kim, que agora ajuda vítimas após abandonar fóruns antifeministas, o impacto já é significativo: mulheres têm suas carreiras interrompidas ou enfrentam situações como a de Jigu, uma mulher violentamente atacada simplesmente por ter cabelo curto. Para mais info, acesse a página.